segunda-feira, outubro 02, 2006

Reencontro

Era um sábado de manhã, um daqueles dias chatos em que não temos nada que fazer, tinha acabado uma semana de trabalho bastante complicada, a empresa está em mudanças rápidas e ninguém se entende, liguei a aparelhagem e coloquei uma música, não sei porquê, coisas do destino, lembrei de um livro antigo com frases e pensamentos que tenho no sótão guardado, levantei-me do sofá e fui até ao sótão, peguei no livro, soprei para sacudir o pó, voltei sentei-me e comecei a abri-lo aleatoriamente e a ler as suas frases, "As paixões são como as ventanias que incham as velas do navio. Algumas vezes o afundam, mas sem elas não se pode navegar."
"Ame como a chuva fina que cai silenciosa, mas que faz transbordar rios."
"Quando duas pessoas se amam, elas não se submetem enão se dominam, apenas se completam."
De repente na página seguinte, ali estava um pedaço de papel rasgado, um nº de telefone, e um nome que me estremeceu cá por dentro.
Lembrei do tempo da faculdade, o meu grande amor, a paixão da minha vida, ela foi sempre o meu sonho, a minha felicidade, vivemos momentos encantadores, apaixonados, loucos, daqueles que só os amantes sabem, aquelas loucuras saudáveis, e dei-me comigo a recordar tudo isso, estava a lembrar o motivo que nos fez desentender, uma briga minha, uma certa imaturidade, umas palavras duras que saíram sem pensar, de uma infantilidade, de uma falta de confiança, que nunca deveria existir, o amor era lindo demais a entrega era total, isso por si só, já dizia tudo, a partilha do espaço, era a confiança necessária, o tempo passou, acabamos a faculdade e cada um foi para seu lado, casei, divorciei-me e aqui estou, dela nunca mais soube nada, lembro-me de em sonhos ter pronunciado o nome dela, o que me causou alguns atritos no meu casamento, como explicar isso? O que é certo é que essa paixão está acessa dentro de mim, está forte como nunca, e sem mais peguei no telemóvel e liguei… ouvi a sua voz doce meiga como sempre, senti-me de novo vivo, os meus olhos brilhavam, claro que no fim de semana seguinte fomos tomar um café.
Lembramos como fomos felizes, nossas emoções estavam ao rubro, sentíamos um desejo enorme de nos beijarmos, de nos amarmos ali mesmo, mas estávamo-nos contendo, não podia ser assim dessa forma, nossas palavras se trocavam e a conversa fluía, mas nossos olhos diziam o que queriam, queriam os nossos corpos queriam os nossas carícias, queriam o nosso encaixe perfeito um no outro, ainda senti a sua pele, nossas mãos se tocaram por momentos, uma pele macia suave cheirosa linda, seu sorriso me encanta e seus olhos me comiam assim…completamente.
Sabíamos perfeitamente que não iríamos resistir muito tempo sem nos termos, mas não hoje, não neste momento, era como se tivéssemos que saber esperar, de dizer assim, agora temos de começar de novo com calma, de nos conquistarmos um ao outro de novo, sabíamos isso os dois e apesar de não o dizermos, sabíamos perfeitamente os pensamentos um do outro.
A noite terminou e despedimo-nos, mas naquele momento sabíamos que algo lindo estava de novo a começar, que algo maravilhoso estava para acontecer, é só saber esperar o momento certo, o momento em que estaremos preparados de novo para podermos partilhar nossos corpos nossas emoções nossa vida nossa felicidade, sabendo nos amar e confiar um no outro, porque se nos damos assim é porque o desejamos e o queremos, e devemos saber reconhecer isso com todo o nosso amor, só assim com entrega total com cumplicidade e confiança podemos levar o nosso amor para a frente, de forma linda sensível que sabemos sentir um pelo outro, sei que no próximo post, algo maravilhoso será descrito, espero sinceramente e com toda a tranquilidade as palavras que me irão sair, sei que algo muito sedutor e apaixonante está para acontecer, é esperar para sentir e viver de novo essas emoções, aguardem.

1 comentário:

Anónimo disse...

A falta de confiança arrasa com qualquer tipo de sentimento e as palavras duram ficam no ouvido por muito tempo...parece que fazem eco !

Acredito que os verdadeiros sentimentos nunca se esquecem...podem ficar escondidos, mas estão sempre lá.

Gostei muito do teu texto está lindo


um beijinho grande